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sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

História do Gabriel - filho da Milena e do Ruben

Meu nome é Milena, e junto com meu marido Ruben fizemos uma FIV em Julho deste ano, pois após 3 anos de tentativas naturais, não conseguíamos realizar nosso desejo de ser pais. Para nossa alegria, em nossa primeira tentativa de fertilização, ficamos grávidos de nosso primeiro bebê. Que alegria foi abrir o resultdo do beta e ver que era positivo! Que sensação única em nossas vidas! Após esse momento de grande emoção, iniciamos o pré-natal, veio o primeiro ultrassom e pudemos ouvir o coraçãozinho daquele ser de 1 mês batendo a toda velocidade. E aí veio o segundo ultrassom, com 3 meses e em seguida o tão esperado ultrassom com 17 semanas para descobrir o sexo de nosso bebê. Neste dia descobrimos que seríamos pais de um menino, o nome já estava até escolhido - Gabriel, nosso anjinho. Mas, além da boa notícia do sexo, vimos um olhar de apreensão da médica, ela havia visto um pequeno aumento no ventrículo cerebral do Gabriel, também havia o sinal do limão, mas não conseguia ver a coluna para dar um diagnóstico definitivo. Pediu que voltássemos na próxima semana, pois acreditava ser possível ver qualquer coisa com mais clareza. Neste dia saímos de lá muito apreensivos, sem falar uma palavra até chegar em casa, quando desabamos. Como aquilo poderia acontecer conosco? Já não bastava o sofrimento para conseguir engravidar? E aí começamos a pesquisar na Internet, que às vezes pode ser muito cruel nos seus resultados, vimos vários tipos de deformidades e ficamos muito assustados... Quando voltamos na outra semana, aí veio a notícia, uma suspeita de mielomeningocele, na região L5/S1, que depois foi confirmada por outro médico que também trabalhava no local. Neste dia acho que eu já estava anestesiada com qualquer prognóstico que me fosse passado, apesar de ver nos olhos do Ruben uma preocupação e uma consciência de que o assunto era realmente sério. A ficha caiu um pouco depois, e então eu sabia que uma luta ia começar... Não conhecíamos nada sobre o assunto e nos passaram a informação de que havia uma possibilidade de cirurgia intra-utero, mas ninguem sabia exatamente quem, como e onde. Tentaram nos colocar em contato com o Dr. Sergio Cavalheiro e o Dr. Rodrigo Ruano (que realiza estas cirurgias no EUA e eventualmente vêm para o Brasil), porém não tivemos sucesso. Fiz uma consulta com um neurocirurgião pediatra, que tinha conhecimento sobre a mielo, e ele me foi incisivo e disse que não recomendava a cirurgia pela localização da mielo que era baixa e além disso disse que os riscos de aborto eram grandes, de 30 a 40% e os benefícios não eram comprovados para se arriscar um cirurgia como esta. Ele até me mostrou que é possível uma criança que nasce com mielo ser uma criança feliz. Confesso que saí de lá aliviada com a idéia de não fazer a cirurgia, pois os dados que ele havia me passado eram assustadores, eu não estava disposta a expor meu filho tão sonhado a uma chance de 40% de risco, preferia tê-lo vivo com qualquer problema do que não tê-lo... Seguimos com essa decisão, até o dia que meu cunhado, neurocirurgião, conseguiu agendar uma consulta com o Dr. Sergio Cavalheiro... Eu já estava de 25 semanas de gestação... Neste dia, fomos à consulta somente para ouvir uma segunda opinião, pois já estávamos com a decisão tomada... Foi então que aquele ser iluminado começou a nos mostrar dados reais e comprovados (projeto MOMS) da cirurgia intra-uterina e nos mostrou que havia uma chance de darmos uma melhor condição de vida ao Gabriel... Mas o que foi mais importante, quando saímos da consulta e estávamos com a secretária tentando agendar uma ressonância, o Dr. Sergio nos chamou de volta à sala e nos apresentou ao casal Fabio e Fabia e sua linda filhinha Julia, que estava com 9 meses e havia passado pela cirurgia intra-utero. Naquele momento começamos a ficar em dúvida se nossa decisão realmente era a melhor... No mesmo dia fizemos uma ressonância que indicou na verdade uma mileo na altura L3 e fomos a uma consulta com o Dr. Moron, graças ao Dr. Sergio... Na sala de espera do consultorio foi que tivemos nosso maior momento, conhecemos a Gabriela, bebê de 4 meses, que de tão grande passava a impressão de ter uns 6 meses e sua mãe, uma guerreira que veio do interior da Bahia e fez a cirurgia com o Dr. Moron. Esta mulher nos disse coisas que nenhuma faculdade ou escola ensina, e nos deu uma lição de força e amor. Quando entramos na sala do Dr. Moron, ele foi muito acolhedor, mas nos disse o que não esperávamos, que se decidíssemos fazer a cirugia teria que ser rápido pois o meu prazo estava acabando, iria fazer 26 semanas de gestação em 5 dias... Saímos de lá desconcertados, o dia havia sido muito intenso e tínhamos que tomar uma decisão super importante em muito pouco tempo... Nesta hora eu vi que agora sou mãe... E teria que tomar a decisão mais importante na vida do Gabriel, antes mesmo dele nascer... Conhecer outros casais que passaram ou iriam passar pela mesma experiência que nós foi fundamental, para tomar a decisão... Vamos fazer a cirurgia, temos que fazer o possível e o impossível para o Gabriel ter uma vida melhor, afinal, somos seus pais... Tomada a decisão, a cirurgia foi marcada para o dia 26/12/2012, eu internaria no dia de Natal! Isso mudou nossos planos e de toda nossa família para as festas de final de ano! Mas é nestas horas que vc percebe como a família que apóia é importante na sua vida... Confesso que não tive muito tempo para ficar apreensiva com a cirurgia, foi tudo muito rápido, mas estava sentindo uma confiança muito grande... No dia da cirurgia, o momento que me emocionou foi a despedida do Ruben na porta do centro cirurgico, ali começaram a vir várias emoções, principalmente ao ser levada na maca e ver aquelas luzes passando pelos seus olhos. ainda bem que o Dormonid fez efeito rapidamente em mim...rss O pós operatório foi bem pesado, não tinha idéia de como seria sofrido, todos os efeitos da anestesia e todos os remédios que tomamos... Fiquei bem assustada, principalmente por pensar se o Gabriel estava sofrendo tb... Hoje estou com 27 semanas e já repousando em casa, por enquanto tudo bem, o Gabriel está engordando, o ultrassom mostrou que as cicatrizes estão bem... Agora estou ficando apreensiva, com o parto... Todos os planos que eu havia feito, das compras, chá de bebê não existem mais, o meu desejo agora é que eu e o Gabriel nos recuperemos da cirurgia, para quando chegar a hora de nascer, tudo ocorra da melhor maneira possível... Tenho recebido um apoio familiar muito grande e o Ruben tem sido o melhor marido do mundo! Estamos muito mais fortes e unidos depois desta experiência. O que virá para o Gabriel depois só o tempo dirá, mas hoje eu sei que nós demos a ele a chance de uma vida melhor. Gostaria de continuar compartilhando com vcs minha jornada, pois acredito que as pessoas que passam por isso, de alguma forma se tornam unidas e se ajudam de toda forma possível. Parabéns pela luta de vcs, não sei se eu teria a coragem de ser a primeira ou segunda pessoa a passar por esta experiência. Vcs abriram as portas para muitas como eu, e serei eternamente grata por isso!

História do Luiz Henrique - Filho de Joanilson e Paula Iane

Com 18 semanas de gestacão ao realizar um exame de rotina, foi diagnosticado que meu filho nao tinha cérebro e somente água na cabeça, foi um desespero... Três dias depois ao mostrar o exame para a obstetra ela confirmou e ainda disse que se ele chegasse ao final da gravidez, nao resistiria. Passei uns três dias de cama e imaginando que a qualquer momento meu filho poderia morrer, cheguei até a pensar em sepultamento, enfim, um terror. Na semana seguinte tomei iniciativa e fui a outro medico obstetra, esse me encaminhou a um radiologista e o mesmo diagnosticou que meu filho tinha sim cérebro, mas que devido a mielo o liquido estava por cima e por isso nao conseguiam ver o Parenquima cerebral. Este mesmo medico, Dr. Evaldo me falou do tratamento, dai em diante fomos correr atras de autorização do convênio, pois nao tínhamos condições financeiras de realizar o tratamento. Meu convênio e a CASSI Associados, pois somos funcionários do Banco do Brasil. Foi uma luta conseguir a liberação, mas em ultima instancia foi liberado. A partir do momento que descobri o tratamento, a cirurgia a céu aberto, eu nao pensei duas vezes, pois só pensava na possibilidade de ver meu filho bem. Depois da alta hospitalar tive que voltar devido a contracões e a bolsa Rompeu uma membrana e tive que ficar até o nascimento de Luiz Henrique. Ele nasceu em 20/06/12, esta super saudável e só sei dizer que tudo valeu a pena!! O melhor de tudo e vc olhar para seu filho, vê-lo bem e saber que fez o que estava ao seu alcance.